Pensão por Morte: quem tem direito?
A pensão por morte é um benefício previdenciário pago pelo INSS aos dependentes de uma pessoa segurada que faleceu. O objetivo é garantir a proteção financeira da família diante da perda do provedor.
Apesar de ser um direito bastante conhecido, ainda existem muitas dúvidas sobre quem realmente pode receber esse benefício e quais são as regras.
A seguir, explicamos de forma clara quem tem direito e quais são os requisitos.
✅ 1. Quem precisa ter contribuído?
Para que os dependentes possam receber a pensão, a pessoa falecida (segurado) precisa:
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Estar contribuindo para o INSS na data do óbito; ou
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Ter parado de contribuir, mas ainda estar no período de graça (tempo em que mantém a qualidade de segurado mesmo sem pagar); ou
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Já estar aposentado.
Se o falecido não tinha mais qualidade de segurado, em alguns casos ainda é possível o benefício, desde que ele tivesse cumprido os requisitos para se aposentar.
✅ 2. Quem são os dependentes com direito?
A lei divide os dependentes em três classes. A ordem importa! Quem está na classe 1 exclui as demais.
Classe 1 – Dependentes com direito automático (presunção de dependência econômica):
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Cônjuge (marido ou esposa)
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Companheiro(a) em união estável
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Filhos menores de 21 anos
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Filhos com deficiência (física, intelectual ou mental) de qualquer idade
✅ Esses não precisam provar dependência econômica. A lei já presume.
Classe 2 – Dependência econômica precisa ser comprovada:
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Pais do segurado
Classe 3 – Dependência econômica precisa ser comprovada:
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Irmãos menores de 21 anos
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Irmãos com deficiência de qualquer idade
⚠️ Atenção: Só recebem se não houver dependentes da classe anterior.
✅ 3. O ex-cônjuge ou ex-companheiro tem direito?
Sim, pode ter, desde que:
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Receba pensão alimentícia judicial ou acordo informal comprovado;
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Ou comprove necessidade econômica.
✅ 4. Quanto tempo dura a pensão?
A duração varia conforme idade do dependente e tempo de contribuição do segurado.
Se o segurado contribuiu por menos de 18 meses:
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A pensão dura apenas 4 meses, mesmo para o cônjuge.
Se contribuiu por 18 meses ou mais, e o casamento/união tem mais de 2 anos:
A duração depende da idade do dependente na data do óbito:
Idade do dependente | Duração do benefício |
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Menos de 21 anos | 3 anos |
21 a 26 anos | 6 anos |
27 a 29 anos | 10 anos |
30 a 40 anos | 15 anos |
41 a 43 anos | 20 anos |
44 anos ou mais | Vitalícia (para sempre) |
Filhos recebem até 21 anos, exceto se tiverem deficiência, caso em que a pensão pode ser vitalícia.
✅ 5. Valor da pensão
Desde a Reforma da Previdência:
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O valor é 50% do benefício do segurado + 10% por dependente, até o máximo de 100%.
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Se houver apenas 1 dependente, recebe 60%.
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Se houver 5 ou mais, recebe 100%.
✅ 6. Acumular pensão com outra renda: é possível?
Depende do caso.
Atualmente é possível acumular:
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Pensão + aposentadoria (com limite e redutor);
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Pensão + trabalho (normalmente permitido);
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Duas pensões (só em alguns casos, como pensão militar + pensão do INSS).
Cada situação precisa ser analisada individualmente.
✅ 7. Como solicitar?
A solicitação é feita pelo Meu INSS (site ou aplicativo) ou diretamente em uma agência com agendamento.
Documentos básicos:
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Certidão de óbito;
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Documentos pessoais do segurado e dos dependentes;
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Prova de dependência econômica (para classes 2 e 3 ou ex-cônjuge);
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Documentos de união estável (se não houver casamento formal);
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Comprovantes de contribuição, se necessário.
✅ 8. Quando procurar um advogado?
Alguns casos são simples, mas outros exigem apoio jurídico, como:
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Negativa do INSS;
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União estável não reconhecida;
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Pensão para ex-cônjuge;
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Concorrência entre dependentes;
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Filhos maiores com deficiência;
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Cálculo incorreto do valor;
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Revisão de pensão antiga.
O advogado especializado garante que seus direitos sejam respeitados e que você receba o valor correto pelo tempo devido.
✅ Conclusão
A pensão por morte é um direito importante para proteger a família do segurado.
No entanto, as regras mudaram e cada caso precisa ser analisado com atenção.
👉 Perdeu alguém da família e tem dúvidas se pode receber a pensão?
Buscar orientação profissional é o melhor caminho para evitar perda de prazos ou indeferimentos injustos.