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Governo da Itália irá analisar projeto que colocará limite a cidadania por descendentes

Observe o que poderá mudar

O senador Roberto Menia, autor do projeto de lei, afirmou que a intenção é acabar com o “mercado indigno de cidadanias e passaportes”

Após alguns dias em que prefeitos de cidades italianas terem registrado queixas sobre a quantidade de pedidos de cidadania italiana, vindas principalmente de Brasileiros, o parlamento italiano deu início a análise de um projeto de lei que irá colocar limites a obtenção do documento para descendentes. Esse projeto foi  proposto pelo senador Roberto Menina, do partido de ultradireita “Irmãos da Itália”.

De acordo com o que está no projeto, o texto determina que o reconhecimento sem necessidade de morar no país seja feito apenas até a terceira geração, ou seja, bisnetos, mas desde que se comprove que o a pessoas que pede pela cidadania fale o idioma italiano fluentemente.

Para o senador Roberto Menia, a justificativa é de acabar com o “mercado indigno de cidadanias e passaportes”, especialmente vindo de brasileiros. “Há quem, por causa de dez gerações atrás, diga ser italiano e ter direito ao passaporte italiano, que permite ir a Miami e entrar na União Europeia […]

Cidadania italiana é algo muito importante e que deve ser visto com muita seriedade, assim como o pertencimento nacional e a italianidade.

Significa aderir a uma série de princípios não escritos que passam pelo modo de ser, os valores em que você acredita e a língua que fala”, já havia dito o senador em outro momento.

O Governo  italiano tende a ser de direita, a restrição de descendentes com tal proposta é bem satisfatória e a probabilidade de se tornar lei é bem relevante.

É claro que, além das justificativas do senador, a aprovação do projeto também iria ajudar o trabalho dos consulados em países como o Brasil.

Apesar dessa discussão não ser recente, já que o projeto foi apresentado no ano passado, ainda não há previsão para a votação do texto em plenário. Enquanto isso, o processo, mesmo sobrecarregando o governo italiano, segue com menos burocracia.

A Embaixada italiana do Brasil, inclusive, estima que existam 30 milhões de descendentes italianos no país, já que, entre 1870 e 1920, 1,4 milhão de italianos entrou no Brasil, 42% do total de estrangeiros que vieram nesse período.